terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Fenol

                      Bom dia, quem acordou de bom humor hoje? Começando bem a semana vamos falar sobre a Era dos Plásticos, um composto que teve um papel tão crucial em vários avanços que mudaram o mundo. Hoje vou contar uma história, em 1860 os hospitais eram escuros, sombrios e sem ventilação, os pacientes eram acomodados em camas sujas, sem troca de lençóis, exalavam um mal cheiro nos corredores e a taxa de mortalidade era altíssima, devido a infeção por bactérias. Em 1864, já tínhamos os anestésicos, porém os pacientes só se submetiam a cirurgias se realmente fosse a ultima opção. Em1867, um médico chamado Joseph Lister estudou a teoria do Pasteur sobre germes, microrganismos que não podiam ser detectados ao olho nu, mas sabemos que a teoria da pasteurização não servia pois ferver um paciente, não era possível. Então ele começou a estudar o ácido carbólico. Aplicou cuidadosamente em um menino da 11 anos que deu entrada na Royal Infirmary em Londres, com uma fratura exporta na perna que o levaria a morte.
                  Lister limpou cuidadosamente o local a área dentro e em torno do osso quebrado do menino com gaze embebido em ácido carbólico, em seguida preparou um curativo cirúrgico composto de camadas de linho embebido  numa solução carbólica e cobriu a perna com uma fina lamina metálica cuidadosamente atando o lugar. Logo uma crosta se formou, a ferida cicatrizou rapidamente e nenhuma infecção se manifestou. Então em agosto do mesmo ano, começou a ser usado como solução antisséptica e na década seguinte aperfeiçoou mais ainda e acreditou na teoria germinal, “se não podemos ver esses micróbios, eles não estão lá”.
                 A forma que se obtinha o ácido carbólico era de fato muito fácil, sendo um produto residual da iluminação a gás das ruas e das casas durante o século XIX. O gás hulha era produzido pelo aquecimento da hulha a temperaturas elevadas; trata-se de uma mistura muito inflamável, a medida que a demanda do gás de carvão crescia, crescia também o resíduo gerado por ele chamado de coltar, praticamente sem valor no processo de gaseificação do hulha. Liquido viscoso, preto de cheiro acre. O coltar se tornou-se um fonte surpreendente prolífica de importantes moléculas aromáticas. O ácido carbólico cru, que Lister usou era uma mistura destilada a partir do coltar com temperaturas super elevadas 170º C a 230º C. Era um material oleoso escuro e de cheiro muito forte, que chegava a queimar a pele. Então finalmente lister conseguiu obter o principal constituinte do ácido carbólico, o FENOL, em sua forma pura como cristais brancos.
                                                
                     
                    O fenol é uma molécula aromática simples que contém um anel benzeno ligado a uma hidroxila,grupo OH. Um composto solúvel em água e muito solúvel em óleo. Uma substância tóxica mesmo em soluções diluídas, causa descoramento, rachaduras e entorpecimento da pele. Lister usava uma maquina borrifadora de fenol e alguns cirurgiões se recusavam a estar presente quando essa maquina estivesse e realmente resolvia os problemas dos micros organismos. Hoje em dia o fenol e raramente utilizado como antisséptico, seus efeitos são danosos. Além de existir vários antissépticos com fenol em sua composição, pimentas, eugenol, isoeugenol, muitos destes já mencionados aqui no blog em postagens anteriores.
                                               
            Então o fenol na mesma época do Lister , o uso de marfim se tornou cada vez mais importante e procurado, assim se matava centenas de elefantes para a coleta de marfim, se tornando cada vez mais escasso e raro, então no fim do século XIX, estavam procurando um produto artificial para satisfazer o mercado. Primeiro usou a celuloide que era muito dura e chamou-se de termoplásticos além de inflamáveis claro!
            No século XX, Léo Baekeland inaugurou a Idade dos Plásticos, visto a necessidade de um isolar elétricos criou-se a baquelita um componente artificial, porém ela não era como a celuloide, era termofixo, ou seja permanecia como estivesse, como isolante elétrico era imbatível, não rachava, lascava, era de uma superioridade incrível a qualquer outro material, também percebeu que suas características batiam com a bolas de bilhar pela elasticidade, assim em 1912 praticamente as bolas de bilhar não eram de marfim e sim de baquelita, muitas aplicações surgiram o produto chegou a ser conhecido como ‘material de mil e uma utilidades’.
            Por concluir podemos perceber que os fenóis aqui apresentados mudaram e revolucionaram o mundo tanto na área medicinal quanto na área industrial, podemos ver que eles estão por toda a parte inclusive na alimentícia e corante. Com ampla variedade de estruturas é muito provável que os fenóis continuem a moldar a história.
Referências Bibliográficas:
  • Le Couteur,Penny M. / Burreson,Jay- Os botões de Napoleão,344 págs. Editora: Zahar.
 

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